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Muitos estudos já comprovam que a saúde é, em grande parte, consequência dos hábitos de vida. Comportamentos saudáveis e acompanhamento preventivo de saúde são o caminho para o envelhecimento e uma vida de qualidade. Porém, os homens costumam dar menos atenção à saúde e realizam menos consultas médicas. Há estudos que mostram que grande parte dos homens só vão ao médico após estímulo pela família e que já chegam à assistência com doenças mais avançadas quando comparados às mulheres e crianças.

Os homens brasileiros vivem, em média, 7,2 anos a menos que as mulheres. Entre as causas de morte prematura, estão a violência e acidentes de trânsito, além de doenças cardiovasculares e infartos. A adoção de hábitos saudáveis, a prática de atividade física regular, a alimentação balanceada e o uso moderado de bebidas alcoólicas são cruciais para diminuir estes agravos evitáveis. A identificação precoce de doenças aumenta as chances de um tratamento eficaz. Por isso, alguns exames devem fazer parte da rotina masculina. Ingestão rotineira de alimentos mais saudáveis, como os naturais, evitando aqueles hipercalóricos e ultraprocessados, deve fazer parte da vida masculina. Controle do peso e realização de atividades físicas são fundamentais para, entre outras coisas, prevenir a diabete e hipertensão arterial, doenças muito frequentes no nosso meio e que causam grande parte das mortes. Aferição da pressão arterial e dosagens laboratoriais de glicose e lipídios no sangue ajudam a fazer diagnóstico precoce da hipertensão arterial, diabete e elevação de colesterol.

Em relação às neoplasias, o câncer de próstata tem grande evidência entre os homens por conta da alta incidência. Ele tem sido alvo de um número muito elevado de estudos nos últimos anos, estendendo-se a todos os aspectos relativos a esta doença, com destaque para seu tratamento.

Em relação ao tratamento da neoplasia maligna da próstata com diagnóstico precoce, cada vez mais ganha força o conceito de vigilância, pelo qual um paciente com doença de baixo risco de progressão não é tratado de forma ativa, apenas acompanhado com exames periódicos. Quando bem selecionados, entre 60% e 70% destes doentes nunca necessitarão tratamento. As técnicas cirúrgicas também sofreram avanços importantes, como o uso do robô. A incidência de incontinência urinária, como exemplo, sofreu queda acentuada, chegando a relatos de 2% em várias instituições. Além disso, novas técnicas de radioterapia externa possibilitaram o uso de doses maiores de radiação com menos complicações.

Os avanços não foram menores para os pacientes com doença avançada. Surgiram novos medicamentos para bloqueio hormonal, que é uma importante via de tratamento desta doença. Já em relação à quimioterapia, uma nova categoria de medicação mudou o conceito de resistência desta neoplasia, com estudos mostrando melhora de sobrevida o que, até então, nenhuma estratégia terapêutica tinha conseguido para doença avançada.

Hoje, tanto pacientes com câncer prostático que necessitam de tratamento inicial agressivo com intenção curativa, quanto aqueles com doença avançada incurável, já têm seu sofrimento abrandado. Numa realidade não distante, o câncer de próstata continuará sendo uma doença curável nos casos iniciais e uma doença crônica, com sobrevida longa e boa qualidade de vida, para aqueles com neoplasia metastática.